Cosméticos – FATEC Oswaldo Cruz
Curso de Cosméticos - FATEC Oswaldo Cruz
O mercado de trabalho no setor de cosméticos sempre foi um dos mais resistentes quando vivenciamos crises econômicas devido a sua variedade de canais de distribuição, principalmente o conhecido como venda direta ou porta a porta. Neste sentido, o empreendedorismo sempre esteve muito presente no setor de cosméticos, seja como profissionais ligadas a grandes empresas nacionais ou globais ou como empresários independentes construindo suas próprias marcas e indústrias.
Como um breve histórico, somente em 2018 as indústrias de todo o setor cosmético lançaram mais de 7.400 produtos em busca de novos consumidores, segundo levantamento da Mintel. O setor gerou 125,7 mil empregos, uma alta de 4,3% na comparação com 2017. Considerando todos os canais de distribuição, tais como atacado e varejo, franquias, salões de beleza e venda direta, o setor totalizou 5,4 milhões de oportunidades de trabalho geradas em 2018, 1% a mais do que em 2017 (5,3 milhões), número importante em ano de crise. Os resultados verificados em crescimento de emprego mostram uma performance diferenciada na comparação com outros setores da economia, mesmo com a tendência da robotização.
Desde 2014, quando o crescimento anual constante na casa dos dois dígitos encerrou seu ciclo de quase duas décadas em decorrência da crise, as companhias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos iniciaram um processo de ajustes que culminou, em 2018, no fim da chamada resiliência de preços aos consumidores. Ou seja, as companhias realizaram promoções, alteraram formulações e iniciaram investimentos para diminuir os valores finais, evitando que a população fosse prejudicada pela dificuldade de acesso aos produtos essenciais à saúde e ao bem–estar. Isso é comprovado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do setor de Cosméticos, que registrou deflação de 3,2% no último ano. Apesar do desempenho em 2018 não ser suficiente para atingir os patamares de 2014, o setor, com sua maturidade e profissionalismo, já apresenta resultado superior que o da indústria em geral. O mercado continua competitivo e agressivo, somando um faturamento no preço ao consumidor de U$D 30 bilhões. A regra para o sucesso passa pela busca constante de conhecimento, renovação e pela valorização de um corpo técnico competente para desenvolver fórmulas que tragam segurança e performance de resultado com preço acessível. É preciso continuar atento, conhecer seus clientes com profundidade e buscar as novas tendências.
Segundo a ABIHPEC o setor identificou em 2018 um aumento de 2,8% de companhias registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), chegando a 2.794 empresas, cuja maior concentração está no Sudeste (1.685), seguido pelo Sul (550), Nordeste (307), Centro–Oeste (197) e Norte (55). O fenômeno de contínuo aumento no registro de companhias é motivado pela necessidade de adaptação a um mercado cada vez mais competitivo e exigente em inovação, qualidade, segurança e eficácia dos produtos.
A indústria 4.0, cujo conceito passa pela robotização de processos, não impediu o setor de retomar os crescimentos em ofertas de empregos diretos, no momento em que a população mais precisa (12,3% de taxa de desemprego no final de 2018 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Após apresentar queda em 2015 e 2016 o setor volta a crescer pelo 2º ano consecutivo, passando de 120,5 mil empregos criados em 2017 para 125,7 mil em 2018, uma alta de 4,3%. As oportunidades de trabalho também subiram 1% após queda em 2017 mantendo as taxas de crescimento anual composta dos últimos 10 anos positiva em 2,1% tanto para oportunidades quanto para emprego direto.
Nos últimos 5 anos, cerca de 165 países recebem os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do Brasil, sendo os cinco primeiros: Argentina (25,9% de representatividade), Colômbia (10,3%), México (9,8%), Chile (9%) e Paraguai (7,9%). Juntos eles representam 62,9% das exportações, brasileiras do setor, em um total de U$D 417,4 milhões FOB (Free on Board). O total exportado nos últimos anos foram na ordem de U$D 664,5 milhões, um aumento médio de 2,9% comparado com anos anteriores (U$D 645,7 milhões).
Baseado em dados da Euromonitor 2022, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking global das vendas de produtos cosméticos com faturamento em 2021 na faixa de 23 bilhões de dólares. O líder mundial é os Estados Unidos com 102 bilhões, seguido pela China com 88 bilhões e Japão com 32 bilhões.
Somos o 2º maior mercado global nas categorias de fragrâncias, produtos masculinos e desodorantes e o 3º maior mercado em produtos infantis e protetores solar.
Quanto ao mercado de trabalho, ocorreu um aumento de 4,5% na geração de empregos diretos em 2021, versus 2020, o equivalente a 6.000 empregos diretos na indústria cosmética.
De acordo com a ANVISA em 12/2021, existem 3.300 empresas cosméticas registradas, sendo 1.963 na região sudeste, 671 na região sul, 371 no Nordeste, 224 no Centro–oeste e 71 na região Norte.
O setor de cosméticos contribui muito para a entrada dos jovens no mercado de trabalho. Historicamente, cerca de um quarto dos trabalhadores na área de cosméticos contratados em regime de CLT têm entre 18 e 24 anos, o que denota uma importância fundamental na conquista do primeiro emprego. Ao se ampliar a idade para 29 anos, a porcentagem cresce ainda mais, passando dos 50%. Configura–se assim um mercado de trabalho muito atraente, promissor e com diversas possibilidades de atuação e vários canais de distribuição: atacado, varejo, venda direta, franquia e online.
Prof. Dr. Jadir Nunes
Coordenador do Curso de Cosméticos FATEC